4 de ago. de 2012

O pontapé inicial de um projeto que objetiva salvar vidas da ignorância humana

Terry Marcos Dourado, diretor do filme "E Aí, Bicha?"

Você que nos visita, aceite minha carinhosa gratidão.

Permita-me uma rápida apresentação pessoal:

Sou Terry Marcos Dourado, nascido e morando no Estado de Goiás, no centro do Brasil. Sou bacharel em Direito desde 1996; jornalista e radialista há 21 anos; ativista dos Direitos Humanos e Cidadania para cidadãos e cidadãs LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), desde o ano de 1991. Fui professor de várias disciplinas e também regente de banda marcial em escolas da Rede Estadual de Educação aqui no Estado de Goiás. Sou um apaixonado por artes, em especial pela Dramaturgia. Sou apaixonado por cinema, vídeos, teatro... (veja minha biografia completa na subpágina específica, clicando no botão do menu no topo desta página).

Com a mais pura e sincera humildade, digo a você que toda esta minha qualificação técnica (e outras de minha biografia) "obrigam-me" a fazer algo - qualquer coisa, em qualquer escala de tamanho e força que seja - para contribuir com o início do fim de uma realidade maligna, cruel, absurda. Uma realidade inaceitável, inadmissível, mas que ocorre todos os dias nas escolas brasileiras. Uma realidade dolorosa para centenas, milhares de estudantes que são execrados, humilhados, torturados em sua dignidade e cidadania, torturados fisicamente (alguns até a morte!)... Toda esta maldade bestial, mas humana, acontecendo "pura e simplesmente" por causa da não-aceitação ou não-compreensão da diversidade sexual humana.

Cada vez mais adolescentes e jovens vêm sendo humilhados, socialmente excluídos da sociedade e do ambiente escolar por terem a orientação sexual ou a identidade de gênero diferente da "maioria" das pessoas/colegas. São ações de "bullying", são ações preconceituosas... é a homofobia presente - e cada vez mais forte - nas escolas brasileiras. Escolas que deveriam, em tese (e também na prática), serem ambientes de educação e formação de um caráter humano sadio, sem preconceitos, onde todos sejam iguais mesmo em suas diferenças. Mas, infelizmente, a verdade é outra.

O sistema educacional brasileiro, em sua metodologia, não funciona como deveria. Há muitas falhas. Os preconceitos sociais, em especial a homofobia, fazem parte da rotina escolar em todos os 27 Estados Brasileiros, incluindo o Distrito Federal. E o resultado desta lastimável realidade é, dentre outras situações negativas, o alto índice de evasão escolar pelas vítimas dos preconceitos, pelas vítimas da forte homofobia. Uma maioria quase absoluta de professores, "educadores", coordenadores pedagógicos, funcionários administrativos, diretores escolares e demais servidores das escolas brasileiras são ignorantes em não saberem como lidar naturalmente com a homossexualidade na rotina escolar. As escolas brasileiras - exceções à parte - não sabem educar seus alunos para respeitar a diversidade natural da dinâmica da Vida. Não sabem como educar seus alunos para respeitar o próximo como ele é, respeitar as diferenças entre seres humanos que completam o todo chamado "Sociedade".

E é movido pela intenção sincera de contribuir para mobilizar a sociedade brasileira para, ao menos, amenizar a gravíssima problemática das violências homofóbicas (verbal, psicológica e física/corporal) nas escolas brasileiras que criei o Projeto Audiovisual Curta-Metragem "E AÍ, BICHA?". O título pode soar meio estranho, mas é apropriado a ideia que quero concretizar com o filme, ou seja, abordar as violências homofóbicas em ambiente escolar sem censura e de forma impactante, no intuito de mobilizar a sociedade para, todos juntos, mudarmos esta cruel realidade.

Esclareço aqui, publicamente, que este projeto em momento algum objetiva atacar ou criticar de forma negativa e injusta o Governo Federal, a gestão da presidente Dilma Rousseff, a quem dei meu voto de confiança na urna eleitoral, mas que tem decepcionado fortemente, pois esperava um mínimo de seu governo  em ações concretas, implantação de políticas públicas em benefício de milhares e milhares de cidadãs e cidadãos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que contribuem com o progresso e com o desenvolvimento da Nação Brasileira e que, infelizmente, não tem um retorno digno, um respeito e consideração, um tratamento digno e respeitoso da parte do Governo Dilma Rousseff.

Exercendo meu sagrado direito democrático e constitucional de liberdade de expressão, sou obrigado a dizer publicamente esta verdade, sou obrigado a fazer publicamente esta crítica construtiva e realista ao Governo Dilma Rousseff que, sem coragem de ceder às fortes pressões de fundamentalistas religiosos, tem atropelado o Princípio da Laicidade do Estado Brasileiro, e "pecando" muito na defesa da integridade, da dignidade, também na defesa e na promoção dos direitos civis, sociais e humanos, de LGBT brasileiros.

Em 2011, ao proibir, sem antes ter tomado conhecimento na íntegra (assistido) sobre os filmes do chamado "Kit Escolar Anti-Homofobia", a presidente Dilma Rousseff simplesmente, pressionada por políticos fundamentalistas religiosos, proibiu a distribuição do material educativo nas escolas do País. Milhões de Reais jogados na lata do lixo, milhares de estudantes brasileiros continuando a ser vítimas da ignorância sóciocultural no que diz respeito à diversidade sexual humana. A homofobia, com todas as suas formas de violência, continua reinando absoluta na sociedade brasileira. Continua fazendo cada vez mais vítimas fatais.

A homofobia, com todas as suas formas de violência, continua sendo o terrível câncer social que corrói, com dada vez mais força e violência, a dignidade, a cidadania, os sonhos, as esperanças... a vida de milhares e milhares de cidadãs e cidadãos de bem que, nada mais querem, do que viver suas vidas em paz.

É em defesa destes milhares e milhares de jovens estudantes brasileiros que nasceu o  Projeto Audiovisual Curta-Metragem "E AÍ, BICHA?". Um projeto que quer - e precisa - da sua participação direta, seja como voluntário, seja como apoiador cultural/financeiro, seja como financiador, para que o filme "E AÍ, BICHA?" se concretize e possa ser um instrumento mobilizador social capaz de ensinar as escolas a respeitarem as diversidades humanas, capaz de ensinar as escolas brasileiras que todos - e todas - somos iguais perante a lei, com os mesmos deveres, mas também com os mesmos direitos, sobretudo os mesmos direitos humanos.

Junte-se a nós, e nos ajude a tornar real este filme.


Bel. TERRY MARCOS DOURADO
Filme "E Aí, Bicha?"  -  Argumento, Roteiro e Direção

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