18 de ago. de 2012

Presidente da ABGLT desmente boato de que o Kit Anti-Homofobia faria "propaganda" de orientação sexual nas escolas brasileiras


Em 18 de maio, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, disse que o grupo de entidades que criou o kit "Escola sem Homofobia" havia se reunido no dia anterior com o então ministro da Educação, Fernando Haddad, para apresentar o material que deveria ser usado nas escolas públicas no segundo semestre de 2011. Toni Reis criticou os parlamentares que são contra o kit e disse que "é mentira que material ensina a ser homossexual".

"É mentira que material ensina a ser homossexual", disse Toni Reis, doutor em Educação e presidente da ABGLT. 

Ao dizer que os vídeos têm por objetivo "promover o respeito à diversidade", Reis citou o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que distribuiu um panfleto em que afirma que "o MEC incentiva o homossexualismo nas escolas públicas".

Oito dias antes do bombástico e inesperado veto da presidente Dilma Rousseff ao Kit Anti-Homofobia do MEC, o presidente da ABGLT, Toni Reis, estava confiante na rápida distribuição do material para melhor qualificação dos professores brasileiros para melhor lidarem com a homossexualidade em sala de aula. Disse Reis, naquele momento de expectativas: “O ministro, e pelo menos dez parlamentares que acompanharam a reunião, elogiaram o material. Estamos muito felizes que o kit já passou por diversas fases de aprovação no ministério. Agora esta no comitê editorial", disse, ao afirmar que essa é a última etapa para que seja levado às escolas públicas. Ainda não foi definida uma data, porque tem que passar pelo comitê editorial. Mas em breve terão início as capacitações dos professores nos Estados”, comemorou.

Ainda naquele maio de 2011, o presidente da ABGLT, Toni Reis comentou que a função principal do Kit Anti-Homofobia seria o de preparar agentes multiplicadores em todas as regiões brasileiras, que irão treinar os professores das escolas públicas para debater com os alunos do ensino médio o material que formam o Kit. Segundo a ABGLT, o kit é composto de um caderno de apresentação (que traz sugestões de atividades para o professor trabalhar o tema em sala de aula) seis boletins para os alunos, cartaz e vídeos.

De maio de 2011 até hoje, três supostos vídeos estão disponíveis na internet. São eles: “Encontrando Bianca” (sobre transexualidade), “Torpedo” (relação entre duas meninas lésbicas) e “Probabilidade” (sobre bissexualidade). Ainda em maio de 2011, após reunião com parlamentares das bancadas evangélica e católica da Câmara dos Deputados, o então ministro Fernando Haddad negou que o material em circulação na internet, conhecido como "kit gay" seja o material oficial produzido à pedido do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Haddad, naquele momento, havia esclarecido que os vídeos, com duração média de 5 minutos, seriam trabalhados em sala de aula (não seriam distribuídos para os alunos). O material deveria ser enviado a seis mil (6.000) escolas de ensino médio em todo o País, ainda no segundo semestre de 2011, fato que acabou sendo impedido pela presidente Dilma Rousseff (PT).

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