Em 18 de maio, o presidente da Associação Brasileira de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, disse que
o grupo de entidades que criou o kit "Escola sem Homofobia" havia se
reunido no dia anterior com o então ministro da Educação, Fernando Haddad, para
apresentar o material que deveria ser usado nas escolas públicas no segundo
semestre de 2011. Toni Reis criticou os parlamentares que são contra o kit e
disse que "é mentira que material ensina a ser homossexual".
"É mentira que material ensina a ser homossexual", disse Toni Reis, doutor em Educação e presidente da ABGLT. |
Ao dizer que os vídeos têm por objetivo "promover o
respeito à diversidade", Reis citou o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que
distribuiu um panfleto em que afirma que "o MEC incentiva o
homossexualismo nas escolas públicas".
Oito dias antes do bombástico e inesperado veto da
presidente Dilma Rousseff ao Kit Anti-Homofobia do MEC, o presidente da ABGLT,
Toni Reis, estava confiante na rápida distribuição do material para melhor
qualificação dos professores brasileiros para melhor lidarem com a
homossexualidade em sala de aula. Disse Reis, naquele momento de expectativas: “O
ministro, e pelo menos dez parlamentares que acompanharam a reunião, elogiaram
o material. Estamos muito felizes que o kit já passou por diversas fases de
aprovação no ministério. Agora esta no comitê editorial", disse, ao
afirmar que essa é a última etapa para que seja levado às escolas públicas. Ainda
não foi definida uma data, porque tem que passar pelo comitê editorial. Mas em
breve terão início as capacitações dos professores nos Estados”, comemorou.
Ainda naquele maio de 2011, o presidente da ABGLT, Toni Reis
comentou que a função principal do Kit Anti-Homofobia seria o de preparar agentes
multiplicadores em todas as regiões brasileiras, que irão treinar os
professores das escolas públicas para debater com os alunos do ensino médio o
material que formam o Kit. Segundo a ABGLT, o kit é composto de um caderno de
apresentação (que traz sugestões de atividades para o professor trabalhar o
tema em sala de aula) seis boletins para os alunos, cartaz e vídeos.
De maio de 2011 até hoje, três supostos vídeos estão
disponíveis na internet. São eles: “Encontrando Bianca” (sobre
transexualidade), “Torpedo” (relação entre duas meninas lésbicas) e “Probabilidade”
(sobre bissexualidade). Ainda em maio de 2011, após reunião com parlamentares
das bancadas evangélica e católica da Câmara dos Deputados, o então ministro
Fernando Haddad negou que o material em circulação na internet, conhecido como
"kit gay" seja o material oficial produzido à pedido do Ministério da
Educação e Cultura (MEC). Haddad, naquele momento, havia esclarecido que os
vídeos, com duração média de 5 minutos, seriam trabalhados em sala de aula (não
seriam distribuídos para os alunos). O material deveria ser enviado a seis mil (6.000)
escolas de ensino médio em todo o País, ainda no segundo semestre de 2011, fato
que acabou sendo impedido pela presidente Dilma Rousseff (PT).
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